segunda-feira, setembro 11, 2006

Nova Guerra

A pedido de uma leitora do blog, fui buscar mais um poema ao meu baú da escrita. Se por momentos já pensei em desistir de escrever neste blog, houve alguém que me deu forças e vontade para continuá-lo mais uns tempos. Quando escrevi este poema estava frustrado, revoltado, angustiado e perdido. Foi escrito como uma voz de revolta! Revolta a uma nova guerra que é necessária para um mundo melhor. Data de 01-02-2003.

Odeio o silêncio no mundo,
Quero guerra, fome, dor!
Enoja-me ver a vida tão calma,
Irrita-me ser tão pouco imundo.
Eu quero que se foda o Amor,
Anseio pela morte dolorosa da alma,
Não só da minha, mas de toda a gente.
Quero doenças mortais por todo o lado
E que, assim, aprendam a lição
Que o vosso deus é impotente
Para acabar com este reinado de amor e compaixão.
Eu sei que tu não és diferente.
No fundo, desejas o mesmo que eu.
Queres guerra, fome, dor!
Preocupamo-nos uns com os outros,
Afinal a vida ainda está no apogeu...
Não há racismo, não há diferenças de cor,
Somos todos iguais. Igualmente loucos!
Gosto tanto de estar aqui...
Oiço uma música cansativa,
É a merda dum pássaro a cantar lá fora.
Sou um homem de sorte, pois ainda não sofri
O desgosto de perder uma diva
Simplesmente porque ela se vai embora.
Preciso de ver uma criança a morrer à fome,
O meu melhor fetiche é observar uma mulher violada.
Grávida de preferência! Cega. Surda. Muda também!
E enquanto o rico da alta "society" não come,
O pobre e o vagabundo comem pela calada
Porque eles são importantes, tão importantes que têm alguém
Que lhes passe a roupa, aspira a casa e os fazem sorrir.
Ahhhh, esperem! Estou a mentir...