quinta-feira, junho 29, 2006

Será isto?

Sinto-me pequeno, tão diminuído.
Às vezes pergunto-me se vale a pena ter nascido.
Caminho para casa sempre a olhar pro chão
Com uma lágrima no olho e a caneta numa mão.

Sinto-me sozinho, completamente sem ninguém
Às vezes é mesmo assim, não me sinto nada bem.
Caminho perdido sem saber pra onde ir
Com aquela ideia na cabeça da necessidade de fugir.

Sinto-me apagado, desapareceu o meu valor
Às vezes acontece, é preciso sentir dor.
Caminho sinuoso do paraíso ao abismo
Com a ilusão de viver no tempo do romantismo.

Sinto que já fui algo que morreu no meu ser
Às vezes dizem-me coisas só para não me ver sofrer.
Caminho sempre na direcção contrária
Com tanta doença, espero que esta não seja hereditária.

Terminado no dia 08/06/2005 às 09h22m

quarta-feira, junho 14, 2006

Vai leve a sombra

Vai leve a sombra
Por sobre a água.
Assim meu sonho
Na minha mágoa.

Como quem dorme
Esqueço a viver.
Despertarei
Ao sol volver.

Nuvem ou brisa,
Sonho ou [...] dada
Faz sentir; passa,
E não foi nada.

Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1913-1930), Ática, Lisboa 1970
Foto tirada por mim

sexta-feira, junho 02, 2006

Junto à praia...

Vou falar de um dos meus sitios preferidos para se estar: a praia! É um local ambíguo pois tanto pode ser revoltado como o mar onde se ouve as crianças a brincar, a música alta de um rádio e os gritos histéricos de uma mãe aflita como pode ser um sítio doce e calmo sem ninguém, no qual só ouvimos o barulho tranquilo do mar e sentimos a brisa do vento enquanto bronzeamos lentmente a pele. Na praia vive-se e morre-se, ri-se e chora-se, brinca-se e estuda-se, namora-se e discute-se. Tantos segredos guardados em grãos de areia, lágrimas fundidas com o sal do mar, amizades criadas por uma bola de futebol ou um par de raquetas, refeições tomadas com aqueles que amamos, mergulhos no mar que nos refrescam a alma e as ideias. Há algum sítio melhor?