quarta-feira, dezembro 13, 2006

Mil Duzentas e Trinta e Quatro Horas

Frenesim fecha caixa de Pandora
Clausura respirando liberdade
Mordaça que sufoca a toda a hora
Colete dissolvido na idade

Espreita devagar, bem mansinho
Louco à solta corre em desvario
Segue impetuoso o seu caminho
Saltitam as pedrinhas do meu rio

Abriram-se as portas na esperança
Fuga quentardente entre o renascer
Orquídea desabrocha a mudança
Ventura que se infiltra em pleno ser

Fina a vida em amarga turbulência
Queima-se o fado meio extenuante
Entra o são em perfeita demência
Ressurge em neblina o Rei Palpitante

domingo, novembro 19, 2006

Realidade da minha vida fictícia - Cp I

Lembro-me perfeitamente do nosso primeiro beijo. Meio nervoso, meio tímido perguntei-te ingenuamente se te podia beijar. No meio do Oriente, disseste-me que sim com o teu olhar terno e para sempre fiquei marcado.
Tenho saudades de ir ter contigo à escola, levar-te aquela flor colhida num qualquer jardim e ver-te sorrir. Sinto falta desse sorriso...
Recordo a nossa primeira vez tal e qual como se fosse hoje. Tremia de frio, mas tremia principalmente por querer tanto que fosse especial a celebração da nossa paixão. E foi, acredita! Tatuaste-me essa noite no peito. Quando saíamos da escola de mãos dadas, a conversar sobre alguma coisa e coisa nenhuma. Aquele final de tarde em que parámos na ponte pedonal a observar a lua cheia. Sussurrei-te ao ouvido que um dia te ofereceria a lua. Tu? Tu beijaste-me carinhosamente os lábios para que a minha boca não soltasse mais tolices.
Quando jogávamos ao "jogo do sério" em que os nossos olhares se fixavam como por magia um no outro, entrávamos dentro da alma um do outro, sentia-te somente através do olhar. Por ti cheguei a dormir na rua. Uma noite passada ao relento, no banco de um jardim, na esperança de te voltar a ver. Não me esqueço!
Não me esqueço como me roubaste um beijo no cinema quando só queria uma pipoca. As nossas discussões, os teus amuos, os ciúmes que tinhas e as telenovelas que fazias quando eu olhava disfarçadamente para outras mulheres. Sinto saudades disso. Fui ter contigo ao Algarve e sem sítio para dormir a minha cama foi a praia. E nela vi, abraçado a ti, a minha primeira estrela cadente. Momentos especiais que guardo no meu coração, tal como a nossa viagem a Itália em que te agarraste com toda a força à minha mão quando o avião descolou da pista.
Mágica foi também aquela noite em que conversámos durante horas a fio. Falámos sobre ti, falámos sobre mim, falámos sobre nós. Considero essa noite tão mágica como quando a nossa primeira vez. Revelei-te segredos que não contei a mais ninguém. Demo-nos tanto um do outro um ao outro...
E sempre que encostaste a tua cabeça ao meu peito para chorar, senti que éramos eternos. Mas a eternidade é uma ilusão. Eternos, sim, são os momentos que escrevo agora. Efémero foi o teu sentimento. Fugaz até. Para mim "nós" seria para sempre. Para ti foi só mais um momento. Não digo "adeus", digo antes "até já"!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Realidade da minha vida fictícia

Vou abrir uma nova secção no meu blog chamada "Realidade da minha vida fictícia". Nela falarei da minha vida. Real ou fictícia caberá a vocês descobrirem. Será uma espécie de desabafo, um respiro fundo da alma de quem escreve. Meu ou do poeta.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Fernando Pessoa


Aguardem novidades! ;)

quarta-feira, outubro 04, 2006

Puzzle

Comecei este texto num dos meus blogs preferidos e gostei tanto da ideia que transitei-o para aqui, transcrevendo aquilo que comentei num dos posts:

"Sou como um puzzle, mas falta-me uma peça que completa..." - começa assim a música "B.I." do Sam The Kid. Vejo a vida, a minha, como um puzzle que necessita das peças para que fique completo. Se sou aquilo que sou neste momento é devido a cada bocadinho de mim que foi construído a partir de vivências e sentimentos. Construí um puzzle ao longo da vida que só ficará terminado quando morrer, mas isso não quer dizer que entretanto não o complete. Podemos completar o nosso puzzle várias vezes, podemos recomeçá-lo quando nos fartarmos, mas terminá-lo só o poderemos fazer uma vez.
As peças juntam-se ou separam-se com o passar do tempo. Umas aumentam de tamanho e têm de ser colocadas em lugar de maior destaque, outras há que tornam-se mais pequenas e tenho de recolocá-las noutro sítio para que não fiquem soltas. Uma peça é a Saúde, outra os Amigos (cada amigo sendo uma peça e cada peça tem tamanhos diferentes de forma que dependendo do amigo pode existir ou não um buraco maior no puzzle caso essa peça falte lá), outra o Amor, o Dinheiro, a Familia, etc...
Na minha óptica há peças que são maiores do que as outras, fazem-me mais falta do que outras, mas no fundo todas são importantes para que no fim o puzzle fique completo. Há vezes em que procuro as peças e estão escondidas debaixo da cama. Outras vezes procuro, esforço-me por procurar mais mas não as encontro. E há vezes ainda que sem estar à espera aparece-me uma peça nova que dá um pouco mais de brilho ao meu puzzle.
Neste momento falta-me uma peça, uma peça que completa... ajudam-me a encontrá-la? ;-)

segunda-feira, setembro 11, 2006

Nova Guerra

A pedido de uma leitora do blog, fui buscar mais um poema ao meu baú da escrita. Se por momentos já pensei em desistir de escrever neste blog, houve alguém que me deu forças e vontade para continuá-lo mais uns tempos. Quando escrevi este poema estava frustrado, revoltado, angustiado e perdido. Foi escrito como uma voz de revolta! Revolta a uma nova guerra que é necessária para um mundo melhor. Data de 01-02-2003.

Odeio o silêncio no mundo,
Quero guerra, fome, dor!
Enoja-me ver a vida tão calma,
Irrita-me ser tão pouco imundo.
Eu quero que se foda o Amor,
Anseio pela morte dolorosa da alma,
Não só da minha, mas de toda a gente.
Quero doenças mortais por todo o lado
E que, assim, aprendam a lição
Que o vosso deus é impotente
Para acabar com este reinado de amor e compaixão.
Eu sei que tu não és diferente.
No fundo, desejas o mesmo que eu.
Queres guerra, fome, dor!
Preocupamo-nos uns com os outros,
Afinal a vida ainda está no apogeu...
Não há racismo, não há diferenças de cor,
Somos todos iguais. Igualmente loucos!
Gosto tanto de estar aqui...
Oiço uma música cansativa,
É a merda dum pássaro a cantar lá fora.
Sou um homem de sorte, pois ainda não sofri
O desgosto de perder uma diva
Simplesmente porque ela se vai embora.
Preciso de ver uma criança a morrer à fome,
O meu melhor fetiche é observar uma mulher violada.
Grávida de preferência! Cega. Surda. Muda também!
E enquanto o rico da alta "society" não come,
O pobre e o vagabundo comem pela calada
Porque eles são importantes, tão importantes que têm alguém
Que lhes passe a roupa, aspira a casa e os fazem sorrir.
Ahhhh, esperem! Estou a mentir...

sexta-feira, agosto 11, 2006

Nevoeiro

Mais um poema escrito há bastante tempo. Tenho ido ao meu baú da poesia rebuscar momentos idos. É meu desejo partilhar aos poucos o meu passado da mesma forma que o faço com o presente e o futuro.

Fresca manhã de nevoeiro,
Fogo encoberto de neblina.
Vontade de sentir aquele cheiro
Da chuva ardente e divina.

Desejo de ir mais além
Na bruma intensa da cidade,
Procuro incessantemente alguém
Que me dê a chave p’ra eternidade.

Caminho em busca do desconhecido,
Parto em direcção da aventura.
Desencontro-me com o Cupido,
Sinto o frio da minha fervura.

Perco-me no meio da densidão.
Ilude-me a voz… lá ao fundo.
Sigo os passos da razão,
Faço do coração o meu mundo.

sexta-feira, julho 07, 2006

SOL EM VIRGEM, ASCENDENTE EM VIRGEM – A PERCEPÇÃO CRÍTICA

Deixo aqui o meu mapa astrológico para que continuem a descobrir mais de mim. Isto é dedicado a alguém que acredite nos astros e foi retirado do Personare.

No momento de seu nascimento, Bruno, seu signo ascendente era igual ao seu signo solar, ou seja, Virgem é um signo extremamente forte em seu mapa, e você tem todas as qualidades e defeitos tradicionalmente associados a este tipo.

A primeira coisa que chama a atenção nesta dupla combinação virginiana é a sua capacidade de saber discernir e separar o joio do trigo. Você tem uma natureza capaz de aperfeiçoamentos certeiros, detectando com facilidade aquilo que está errado, incorreto, para que assim possa melhorar a situação e melhorar o mundo em torno de si. Nem todo mundo gosta disso, podem até lhe achar uma pessoa meio chata, só que faz parte do seu papel exercer esta função crítica. Se não existisse gente como você no mundo, não teríamos aperfeiçoamentos técnicos e viveríamos numa verdadeira confusão. Virgem é o signo da qualidade total, do "ISO 9002".

Você tem uma dupla regência de Mercúrio, o que lhe confere inteligência e um bom senso racional. Mas este é um Mercúrio mesclado a uma qualidade fortemente terrestre, o que implica numa inteligência prática, que se concentra na aplicabilidade da teoria. Tende a ser uma pessoa sóbria, minuciosa, e talvez um pouco tímida no que diz respeito ao plano emocional.

Há também o lado oculto disso tudo, Bruno. Podemos nos perguntar, por exemplo, se toda esta sua preocupação com a razão, com a minúcia, não termina sendo uma forma de você se defender de suas próprias intensidades emocionais. Na verdade, há em Virgem um medo das próprias emoções. A tão falada "crítica virginiana" é mais voltada para si do que para os outros. Preocupações excessivas podem lhe afetar os intestinos, portanto é importante aprender a relaxar, meditar, dormir bem e se alimentar corretamente. Nada é pior para uma pessoa tão virginiana quanto você do que uma alimentação incorreta.

Com Virgem duplamente manifestado em seu mapa, você pode ter talento para atividades terapêuticas, de cura, e para toda e qualquer tarefa que demande precisão e minúcia.

Personality Test

Fiz na brincadeira um teste de personalidade. Fui sincero nas respostas que dei e o resultado foi estranhamente surpreendente. Quem sabe como eu sou é livre de comentar os resultados. Quem não me conhece tem aqui uma oportunidade de me descobrir um pouco:

Advanced Global Personality Test Results
Extraversion |||||||||||||||| 63%
Stability |||||||||||||| 56%
Orderliness |||||||||||||| 53%
Accommodation |||||| 30%
Interdependence |||||||||||||||| 70%
Intellectual |||||| 23%
Mystical |||||| 23%
Artistic |||| 16%
Religious || 10%
Hedonism |||||||||||||||| 63%
Materialism |||||||||||||||| 63%
Narcissism |||||||||||| 43%
Adventurousness |||||| 30%
Work ethic |||||| 23%
Self absorbed |||||||||||||||||| 76%
Conflict seeking |||||||||||||||| 63%
Need to dominate |||||||||| 36%

Romantic |||||||||||||||||||| 90%
Avoidant || 10%
Anti-authority |||||||||||| 43%
Wealth |||||||||||| 43%
Dependency |||||||||||| 50%
Change averse |||||||||||||||| 63%
Cautiousness |||||||||||| 50%
Individuality |||||||||||||||||| 76%
Sexuality |||||||||||||||||| 76%
Peter pan complex |||||||||||||| 56%
Physical security |||||||||||||||| 63%
Physical Fitness |||||||||||||||||| 77%
Histrionic |||||||||||||||||| 76%
Paranoia |||||| 23%
Vanity |||||||||||| 43%
Hypersensitivity |||||||||||||||| 70%
Female cliche |||| 16%

Take Free Advanced Global Personality Test
personality tests by similarminds.com

quinta-feira, junho 29, 2006

Será isto?

Sinto-me pequeno, tão diminuído.
Às vezes pergunto-me se vale a pena ter nascido.
Caminho para casa sempre a olhar pro chão
Com uma lágrima no olho e a caneta numa mão.

Sinto-me sozinho, completamente sem ninguém
Às vezes é mesmo assim, não me sinto nada bem.
Caminho perdido sem saber pra onde ir
Com aquela ideia na cabeça da necessidade de fugir.

Sinto-me apagado, desapareceu o meu valor
Às vezes acontece, é preciso sentir dor.
Caminho sinuoso do paraíso ao abismo
Com a ilusão de viver no tempo do romantismo.

Sinto que já fui algo que morreu no meu ser
Às vezes dizem-me coisas só para não me ver sofrer.
Caminho sempre na direcção contrária
Com tanta doença, espero que esta não seja hereditária.

Terminado no dia 08/06/2005 às 09h22m

quarta-feira, junho 14, 2006

Vai leve a sombra

Vai leve a sombra
Por sobre a água.
Assim meu sonho
Na minha mágoa.

Como quem dorme
Esqueço a viver.
Despertarei
Ao sol volver.

Nuvem ou brisa,
Sonho ou [...] dada
Faz sentir; passa,
E não foi nada.

Fernando Pessoa, Poesias Inéditas (1913-1930), Ática, Lisboa 1970
Foto tirada por mim

sexta-feira, junho 02, 2006

Junto à praia...

Vou falar de um dos meus sitios preferidos para se estar: a praia! É um local ambíguo pois tanto pode ser revoltado como o mar onde se ouve as crianças a brincar, a música alta de um rádio e os gritos histéricos de uma mãe aflita como pode ser um sítio doce e calmo sem ninguém, no qual só ouvimos o barulho tranquilo do mar e sentimos a brisa do vento enquanto bronzeamos lentmente a pele. Na praia vive-se e morre-se, ri-se e chora-se, brinca-se e estuda-se, namora-se e discute-se. Tantos segredos guardados em grãos de areia, lágrimas fundidas com o sal do mar, amizades criadas por uma bola de futebol ou um par de raquetas, refeições tomadas com aqueles que amamos, mergulhos no mar que nos refrescam a alma e as ideias. Há algum sítio melhor?

quarta-feira, maio 24, 2006

E agora para algo completamente diferente...

...vou-vos contar uma piada inventada por "moi même". Preparem-se! Espero que estejam bem sentados e haja um largo espaço no chão onde possam rebolar a rir porque esta é das fortes. Aqui vai:

P: Sabem o que é que o sobrinho do Noddy diz enquanto corre pela casa fora com uma luz rotativa na cabeça?
R: Grita "TIO NODDY! TIO NODDY!"

sexta-feira, maio 19, 2006

Portugal dos pequeninos?

Longe das grandezas e dos feitos do passado, somos hoje um país pequenino e acolhedor. Acolhemos de tudo neste nosso Portugal. Acolhemos dívidas, acolhemos droga, acolhemos engenheiros e militares do leste que vêm para este cantinho da Europa sobreviver do trabalho nas obras. Somos um país simpático que gosta de ajudar o próximo e que se esquece muitas vezes que o próximo podemos ser nós… Ainda assim gostamos de viver acima das nossas possibilidades. Afogamo-nos ao comprar aquele carrito que chega aos 180 antes de podermos dizer “Cuidado com o poste!” ou aquele televisor que tanto ansiávamos e é maior do que o móvel da sala. Mas gostamos de viver assim, viver no limite ou para lá dele. É este o espírito português que nos caracteriza e que nos faz sonhar com voos mais altos. Se assim não fosse como poderíamos ter chegado onde chegámos no tempos das Descobertas ou conseguido levar por vencida a nossa rival Espanha relativamente ao Euro 2004?

terça-feira, maio 16, 2006

"Pequena dor" - Cabeças No Ar

A tua pequena dor
quase nem sequer te dói.
É só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói.

É uma dor pequenina
quase como se não fosse.
É como uma tangerina
tem um sumo agridoce.

De onde vem essa dor
se a causa não se vê?
Se não é por desamor
então é uma dor de quê?

Não exponhas essa dor.
É preciosa, é só tua!
Não a mostres tem pudor,
é o lado oculto da lua.

Não é vicío, nem custume.
Deve ser inquietação.
Não há nada que a arrume
dentro do teu coração.

Certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito.
Não a mates guarda bem,
guardada no fundo do peito!

terça-feira, maio 09, 2006

Arte média


O que é a arte?
Temática subjectiva, sem dúvida. Polémica, fascinante, bela, encantadora, viciante! Complicada de definir.
Arte... renascentista, surrealista, impressionista, sei lá eu... existem tantas e tantas outras. Acima de tudo o que é importante frisar é que existem artes por inventar e descobrir. Existirão sempre.
O que realmente me fez escrever sobre a Arte foi um documentário na Discovery sobre a falsificação de obras de arte. A história de um homem que comprou um quadro pensando que teria sido pintado por um determinado artista quando afinal era uma falsificação muito bem feita. Obviamente o comprador ficou insatisfeito quando passados 2-3 anos de ter comprado a peça descobriu que afinal era uma fraude. E o que para ele valia imenso dinheiro passou a valer zero. No entanto aos meus olhos ou aos olhos de qualquer pessoa continuaria a ser uma obra de arte.
Para mim a arte é acima de tudo algo que é feito com amor. Um texto, uma escultura, uma fotografia, uma pintura. Mas também um abraço, um gesto, um carinho, uma palavra. Arte é entregarmo-nos, darmos um bocado de nós a algo ou a alguém!
Acima de tudo é sentir e provocar sentimentos. Bons ou maus, sorrisos ou lágrimas, amores ou ódios, verdadeiros ou falsos, belos ou feios. Mas onde tem maior poder é na sua eternidade!

Arte
do Lat. arte

s. f.,
conjunto de preceitos ou regras para bem dizer ou fazer qualquer coisa;
tratado, livro que contém esses preceitos;
artifício;
ardil;
faculdade;
talento;
habilidade;
ofício;
profissão;
indústria;
diabrura.

- abstracta: arte que procura representar a realidade abstracta e não as aparências da realidade tangível;
- maior: utilização do verso de nove sílabas com acento na 3ª, 6ª e 9ª sílabas;
- figurativa: arte que retrata, de qualquer forma, alterada ou distorcida, coisas perceptíveis no mundo visível;
nobre -: pugilismo;
sétima -: cinema;
-s liberais: as que dependem essencialmente da inteligência e do estudo;
-s mecânicas: as que dependem do trabalho manual ou mecânico;
Belas-Artes: as que exprimem o sentimento estético, tais como a arquitectura, a escultura, a pintura, a música e a poesia;
-s mágicas: magia;
malas -s: manhas delituosas, ardis pouco claros

in Priberam.pt

Obrigado à Izzy Special que me cedeu gentimente a foto.

segunda-feira, abril 17, 2006

Futebol e o Amor

Ontem estive a jogar futsal como faço todos os domingos. O que não costumo fazer todos os domingos e que neste fiz é ter uma queda e magoar-me. Caí mal, magoei a perna esquerda, fiz uma ferida no cotovelo esquerdo e depois ainda fiquei com uma nódoa negra na perna direita. Mas quem corre por gosto, não cansa!
E aí é que entra o Amor. Tal como no futebol, nós no Amor caímos várias vezes. Magoamo-nos, ficamos lesionados, por vezes nem queremos jogar durante uns tempos porque não estamos totalmente recuperados ou porque a última queda foi bastante perigosa. No entanto e porque acreditamos naquilo que fazemos, seguimos em frente, no fundo gostamos é de jogar, mesmo com algumas feridas pelo meio...

Gosto de jogar futsal.
Gosto de amar.

Sei os riscos que corro quando jogo, sei que me posso magoar, sei que posso até ter o azar de morrer. (Sim, era preciso mesmo muito azar!)
Quando se ama correm-se riscos, estou sujeito a que me magoem. E quantas vezes não morremos já por Amor?

O futebol faz bem à saúde, uma pessoa fica a sentir-se bem pelo exercício físico que faz.
O Amor é o elixir da vida, ficamos tão parvos, tão cegos quando amamos que nos sentimos no paraíso.

Só porque me lesionei a jogar, isso não implica que deixe de gostar do jogo. Nem implica que desista, não me obriga a nunca mais jogar!
Quando as pessoas nos magoam, ficamos ressentidos, temos medo de voltar a amar. Mas por isso não temos que deixar de gostar de amar, não devemos desistir de fazer aquilo que gostamos. Temos sim que encarar essas feridas como experiências e transformá-las em conhecimentos para podermos aplicar nas relações futuras.

O futebol joga-se em equipa.
O Amor também!

Quem ama por gosto, não cansa...

Escrito em 7 Novembro 2005 (10h00)

sábado, março 25, 2006

Morres aos poucos...

Acordo à hora do costume, levanto-me com a vontade de sempre e mais uma vez me alongo lentamente para a banheira. O duche matinal – esse sim o meu despertador – dá-me forças e coragem para enfrentar mais um dia. Pego na primeira roupa que vejo no armário (tendo sempre em atenção o dress code), visto-me à pressa e saio como uma bala.
Mal chego à rua o Sol rasga-me os olhos e quando dou por mim estou a descer as escadas ainda meio atordoado para entrar na estação do Metro. O trabalho corre normalmente com os problemas que não variam, mas avariam. No final do dia sinto-me gasto como uma borracha, mas mesmo apagado arranjo forças para regressar a casa.
E é neste longo e tumultuoso caminho de volta para casa que fico realmente abalado. Ao contrário de grande parte dos utilizadores do Metro de Lisboa não tenho iPod nem costumo estar a ouvir música no leitor de mp3. Assim sendo vou ouvindo os sons que me rodeiam. Conversas banais, discussões de namorados, explicações sobre qual o melhor jogo de computador da actualidade, enfim… um sem número de assuntos. É nesta agitação que me encontro a ouvir um sem fim de línguas! Sem muito esforço (inclusive sem olhar) consigo aperceber-me das origens das pessoas que ali se encontram. E de uma coisa tenho a certeza: a sua maioria não é portuguesa! Ou se é não fala a sua língua-mãe.
Quantas e quantas vezes imagino o Excelentíssimo Sr. Luís Vaz de Camões a dar voltas ao túmulo. Hindi, Mandarim, Romeno, Espanhol, Crioulo, Ucraniano entre tantas outras línguas que consigo ouvir enquanto vou para casa. E Português? Pouco, muito pouco. Escasso! Ainda para mais tendo em conta a qualidade do Português que é falado. Até anúncios em cartazes publicitários vemos em Russo ou Ucraniano. Sou racista por querer ouvir falar em Português a caminho de casa? É preconceito? Não é normal gostar tanto assim da língua oficial do meu País que me frustre o facto de não a ouvir depois de um dia cansativo de trabalho? Será que Portugal está-se a tornar num melting pot americano e vamos perder a nossa cultura, os nossos costumes, a nossa língua e caminharemos para uma cultura global, uma língua universal? Estou a ser alarmista?
Deixo as respostas para vocês, caros leitores, responderem!

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

A Folha

Escrevo mais um capítulo da minha vida, enrolo ideias e solto as palavras - letra à letra - em mais uma folha. A minha vida numa folha. A minha vida É uma folha!
Pego nessa Folha, leio-a mais uma vez. Leitura ligeira, um errozito aqui, uma vírgula a mais acolá. Ninguém é perfeito, não é?

"Bruno, gosto muito do que escreves! Tens jeito, és tão sincero e verdadeiro na mensagem que transmites. És muito romântico, sabias? Podes dar-me a tua folha, por favor? Pleeeaseee! :)"

Sim, sabia. Claro que sabia! Sabia e sei. Sou romântico...

"Toma! Fica com a Folha, promete-me que a tratas bem."

Despediu-se com um sorriso leve, parecia de confiança.Fiquei feliz com o sucedido, a Folha estava em boas mãos!

***

O tempo passou e lentamente percebi que não tinha onde escrever. Já não tinha a Folha...e agora?
As saudades apertavam, a fome crescia a um ritmo completamente louco. Onde está Ela? Quero-A de volta! Sinto tanta falta da minha Folha...

"Olá, tudo bem contigo? Lembras-te de mim? Sou o rapaz da Folha, não te recordas?Qual folha?! A Folha! A minha Folha! A Folha, bolas! A Folha que te dei.Tu o quê? Não, não podes ter feito isso. Tu não fizeste isso! Mas...não, não acredito! No lixo? Mas...tu deitaste *glup* tu deitaste a minha Folha no lixo?"

***

Não seremos nós Folhas de papel? Escrevemos Nelas aquilo que sentimos, o que queremos, transmitimo-Lhes os nossos gostos e desgostos. Damos a Folha a alguém, pedimos-lhe que A guarde como se da própria vida se tratasse. Uns guardam-nA no cofre, outros preferem mantê-lA na gaveta. Há quem não se canse de A ler e há aqueles que se fartam e deitam-nA fora.
Se vos rasgarem a Folha, não deixem de escrever! Se deitarem a vossa preciosa Folha para o lixo, não se deixem abater! Peguem no vosso caderno, rasguem uma outra folha e transformem-na na vossa Folha. Escrevam e partilhem, um dia encontrarão alguém que seja realmente apaixonado pela vossa escrita e que guardará a Folha para sempre!

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Massacre do dia de São Valentim

Dia 14 de Fevereiro - Saíu do bar já meio tonto, desorientado não só com a própria vida mas também com o espírito. Sentou-se no passeio a recordar porque motivo tinha começado a beber naquela noite e veio-lhe o filme à memória:
- Brindemos ao respeito! Ao respeito por nós, ao respeito por cada um e ao respeito por vocês próprios.
Foi o primeiro "shot" dessa noite. Palavra que significa um tiro ou uma descarga. Tiro nas feridas para descarregar as frustrações. Ou apenas descarregar o stress e dispararmos rumo a uma noite diferente. Meias palavras entre conversas e gargalhadas. Ainda nem o último tinha aconchegado o estômago e já tinha mais dois à frente. Ganhei confiança, olhei-te de frente e mandei-te abaixo. Era este o "shot" que precisava para esquecer que tenho medo ou era o que me iria dar confiança para o próximo "tiro"? As mágoas dentro de um copo, a descrença num gesto repetido de quem o levanta. Respirei fundo, bebi mais um e já inebriado arrastei-me para a felicidade. O álcool liberta-nos no seu calabouço.
Meio tonto, meio alegre levantei-me e dirigi-me à casa de banho. Heráclito disse que não cruzamos o mesmo rio duas vezes
porque ao entrarmos pela segunda vez, não serão as mesmas águas que estarão lá e mesmo a pessoa já será diferente. Compreendia finalmente essa frase enquanto via as frustrações a irem ralo abaixo. Saí com o espírito iluminado de felicidade, dirigi-me à minha mesa e voltei a sentar-me. Desta vez fui eu que mandei vir os "shots".
- Esta rodada sou eu que pago!
Mal sabia onde me estava a meter. Bebi um, outro e ainda mais um.
Um atrás do outro, o massacre tinha um sabor de vingança com mistura a vitória. E toda a gente sabe que o mal está nas misturas!
Enquanto estava encostado às cordas sem saber o que me tinha atingido badalavam três palavras na minha cabeça. Carinho. Carinho por aqueles que amamos e nos apoiam nos momentos em que o mundo desaba sobre nós e precisamos de uma mão amiga. Paixão. Paixão pela vida. Pela nossa vida que independentemente de ser boa ou má é a nossa vida. E só nós temos o poder de moldá-la e criar algo belo. Por fim a sedução! A sedução é a conquista, a atracção pelo outro, é o encanto que se vive numa qualquer noite com alguém que ainda não se conhece ou numa tarde agradável com alguém que se conhece desde sempre.

Vi-o finalmente a levantar-se do passeio. Parecia cansado de uma noite agitada, ainda assim caminhava de sorriso rasgado. Presenciei ao "Massacre do dia de São Valentim", mero espectador pude constatar que apesar dos seus objectivos não terem sido todos concretizados este jovem tinha tido uma noite memorável. Pelo menos até à manhã seguinte...